Durante seus anos como papa (1878-1903), Leão XIII escreveu muitas encíclicas significativas. Sua encíclica de 1891, Sobre a Condição do Trabalho, deu início aos modernos ensinamentos sociais da Igreja. Ele também escreveu sobre o ensino da filosofia de Santo Tomás de Aquino em escolas e seminários, sobre o estudo da Bíblia, sobre o Espírito Santo e sobre São José; na virada do século, ele escreveu duas encíclicas sobre Cristo (o Sagrado Coração, o Redentor). Ele abordou situações políticas específicas em que as liberdades da Igreja foram ameaçadas. O tema ao qual ele voltou com mais frequência nos anos finais do século passado foi o Rosário.

O Rosário foi o tema de doze encíclicas e cinco cartas apostólicas. Começando em 1883 e concluindo em 1898, uma encíclica sobre o Rosário apareceu quase todos os anos, geralmente em preparação para o mês de outubro. Na última das encíclicas do Rosário (1898), ele escreveu: “Nunca deixamos de encorajar o uso constante do Rosário entre os cristãos, publicando todos os anos, desde setembro de 1883, uma carta encíclica sobre o assunto, além de emitir decretos frequentes.” (A encíclica do Papa João XXIII, Grata Recordatio, 1961, falava da “memória agradável” de ouvir aquelas encíclicas lidas todo mês de outubro.)

As encíclicas do Rosário podem ser divididas em dois grupos: 1883-1885 e 1891-1898. O primeiro grupo estabeleceu o Rosário como uma devoção pública. A primeira encíclica (1883) prescrevia a recitação pública do Rosário e da ladainha Lauretana nas igrejas e capelas católicas como uma observância especial “para o mês de outubro deste ano”. Incentivadas pela recepção da observância em 1883, as encíclicas de 1884 e 1885 determinaram que as devoções de outubro continuassem. A festa do Santíssimo Rosário ganhou uma posição litúrgica mais elevada. A invocação “Rainha do Santo Rosário” foi acrescentada à Ladainha de Loreto. Este encorajamento da recitação pública do Rosário nas igrejas conferiu um novo status ao Rosário. “Já não”, dizia a revista Ave Maria, “era o Rosário a devoção mais adequada aos analfabetos.” Agora era oficialmente incentivado como devoção pública.

Artigo do Padre Thomas Thompson, S.M. Traduzido por Maria Clara Fonseca. Texto de apresentação do livro “As Graças do Santo Rosário”. Adquira o seu.

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